Cadê os Livros? Parte 4: Perspectivas

Uma breve história e perspectivas para a publicação de livros mórmons

Grandes comunidades SUD se desenvolvem fora dos EUA

Em 1967, o México tornou-se o primeiro país em que não se fala inglês a ter mais de 50 mil membros da Igreja SUD. O crescimento continuou em ritmo acelerado depois disso. Devido a esse crescimento, a Igreja formou um departamento de tradução após a Segunda Guerra Mundial para traduzir correspondência e comunicação administrativa com as missões e os membros em espanhol, dinamarquês, holandês, francês, alemão, norueguês, samoano e sueco.

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Até 1974, o departamento estava traduzindo 17 mil páginas por idioma a cada ano, em cerca de 16 idiomas. Durante a década seguinte, uma série de novas traduções foram feitas nesses 16 idiomas, incluindo obras clássicas em que a Igreja tinha confiança, como Jesus o Cristo e As Regras de Fé, de Talmage, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, Doutrinas do Evangelho, Uma Obra Maravilhosa e um Assombro, de LeGrand Richards e obras relativamente novas, tais como O Milagre do Perdão e A Fé Precede o Milagre, de Spencer W. Kimball. Continuar lendo

Cadê os Livros? Parte 3: Editoração Mórmon Comercial

Uma breve história da publicação de livros mórmons

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Editoração mórmon, mas não pela Igreja SUD

Enquanto a Igreja limitou as publicações em inglês até depois da morte de Brigham Young em 1877, tipografias comerciais surgiram em Utah para satisfazer parte das necessidades de materiais mórmons. A mais importante delas foi George Q. Cannon and Sons, de propriedade de um membro da Primeira Presidência. Muito do que Cannon publicou estava relacionado às suas funções na Igreja. Talvez por não precisar de aprovação para o que publicava, Cannon passou da publicação de obras missionárias e doutrinárias para obras de edificação e entretenimento dos membros da Igreja. Continuar lendo

Cadê os Livros? Parte 2: O Período Inglês

A publicação de livros mórmons e o desenvolvimento da cultura mórmon fora dos EUA

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Imagem: Jessica Ruscello

Esta apresentação examina o desenvolvimento cultural mórmon fora dos Estados Unidos, através da lente da produção e distribuição de livros. Para compreender melhor a situação atual, apresentarei uma visão geral da história da publicação de livros por e para mórmons, prestando atenção especial à publicação de livros não escritos em inglês e publicados fora dos Estados Unidos. Depois, vou examinar o ambiente atual para a publicação de livros mórmons e finalizar com alguns caminhos possíveis para o desenvolvimento da publicação mórmon fora do idioma inglês. Continuar lendo

Cadê os Livros? Parte 1: O Período Formativo

A publicação de livros mórmons e o desenvolvimento da cultura mórmon fora dos EUA

Em janeiro de 1845, o Élder Parley P. Pratt publicou normas para as publicações oficiais da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Preocupado com o grande número de livros e folhetos que estavam sendo publicados por membros da Igreja, ele escreveu:

Vocês não estão todos conscientes de que muitos, se não todos, dos nossos homens, mulheres e crianças estão virando autores, e publicando obras que pretendem representar a doutrina dos santos. Algumas delas são mal escritas, e algumas incluem muitos erros, e muitas das que são verdadeiras e úteis são empréstimos, em parte ou na totalidade, das nossas obras-padrão (…). Enormes somas são gastas por homens que têm pouca experiência no mercado editorial e, talvez, pagam o dobro pelo papel e a impressão, e tudo isso pago nas mãos de quem não sente nenhum interesse na nossa causa.

Desta forma milhares de dólares são desviados dos santos e dos élderes, ao passo que a causa do templo é negligenciada.

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Como editor de livros, vejo essas mesmas preocupações hoje nas políticas de publicação da Igreja, e ouço os ecos dessas mesmas preocupações nas políticas das empresas que publicam materiais para os membros da Igreja SUD. Como qualquer organização, a Igreja SUD quer controlar quem está publicando o que em seu nome e como esse material será publicado, quanto custará e como irá atingir seu público. Controle e custos, tecnologia, direitos autorais e problemas de distribuição ainda são questões importantes para a Igreja hoje.

No entanto, vejo também uma necessidade cultural concorrente. Na última década, México e Brasil ultrapassaram a marca de 1 milhão de membros. A Europa tem cerca de meio milhão de membros. E em todos esses casos, assim como em outras áreas em todo o mundo, a cultura dos membros da Igreja SUD se desenvolveu ao ponto de livros, músicas e outros materiais poderem ser — e, às vezes, de fato ser — produzidos e distribuídos. No entanto, no caso de publicações em espanhol ou português, relativamente poucas têm sido produzidas até agora, fora os materiais fornecidos pela própria Igreja. E materiais de natureza puramente cultural não existem em nenhuma língua além do inglês.  Continuar lendo

Orson Whitney: Mórmons Não Temem Verdade, Independente da Fonte

O Apóstolo Orson F. Whitney, então servindo como Bispo, ficou famoso por um discurso proferido para uma conferência de jovens em junho de 1888, e subsequentemente publicado no jornal oficial da Igreja SUD e distribuído em julho seguinte, no qual ele defende uma maior abertura entre mórmons para estudos acadêmicos e literários.

Orson Ferguson Whitney, Apóstolo da Igreja SUD (1906-1931)

Orson Ferguson Whitney, Apóstolo da Igreja SUD (1906-1931)

Por causa desse discurso, Whitney é conhecido como o “pai da literatura mórmon“.

Eis o trecho desse discurso no qual Whitney defende que mórmons não deveriam nunca temer verdade, independente de sua fonte ou origem, e o estudo acadêmico como uma missão religiosa para todos os mórmons: Continuar lendo

Emmeline B. Wells: O Status da Mulher

 

A Presidente Geral da Sociedade de Socorro d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Emmeline B. Wells, disse isso sobre como mulheres são tratadas e consideradas na sociedade (ênfases nossas).

Emmeline Wells

Emmeline Wells, Presidente Geral da Sociedade de Socorro (1910-1921)

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John Taylor: Fontes da Verdade

O Presidente John Taylor fez os seguintes comentários sobre como escolher as fontes das verdades que aprendemos e descobrimos, no histórico Tabernáculo Mórmon, em junho de 1853:

John Taylor, Apóstolo (1838-1880) e Presidente (1880-1888) d´A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

John Taylor, serviu como Apóstolo (1838-1880) e Presidente (1880-1887) d´A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e quase foi assassinado junto com Joseph Smith

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Sterling Sill: Ateísta Robert Ingersoll

O Assistente aos Apóstolos Sterling W. Sill expressou a seguinte opinião sobre o famoso e eminente escritor, advogado, e político americano Robert G. Ingersoll, apelidado como “O Grande Agnóstico”.

Sterling W. Sill discursando na Conferência Geral de 1974, serviu como Assistente do Quórum dos Doze (1954-1976) e no Primeiro Quórum dos Setenta (1976-1978)

Sterling W. Sill discursando na Conferência Geral de outubro de 1973, serviu como Assistente do Quórum dos Doze (1954-1976) e no Primeiro Quórum dos Setenta (1976-1978)

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Lorenzo Snow e a Associação Brasileira de Estudos Mórmons

Muita gente não entende por que existe a Associação Brasileira de Estudos Mórmons.

O site Vozes Mórmons é a página oficial da Associação Brasileira de Estudos Mórmons, dedicada a exploração acadêmica e literária do Mormonismo no Brasil, para brasileiros, e por brasileiros.

O site Vozes Mórmons é a página oficial da Associação Brasileira de Estudos Mórmons, dedicada a exploração acadêmica e literária do Mormonismo no Brasil, para brasileiros, e por brasileiros.

“Mas não é patrocinado pela Igreja” dizem alguns. Outros pensam que a Igreja é contra os acadêmicos e tem medo do estudo sobre sua religião, pois “se você aprende demais, perde o testemunho,” pensam. E outros ainda pensam que o estudo não é importante, dizendo: “Quero viver a minha vida. Para que devo gastar meu tempo estudando? Já fiz a escolha, não vou mudar.”

Há três anos atrás eu ensinei o primeiro capítulo do manual Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Lorenzo Snow e nele achei uma resposta: Continuar lendo

O que Nos Chocará após a Morte?

Algumas semanas atrás, um amigo mencionou em uma conversa sobre o evangelho que, após esta vida, nós saberíamos a verdade sobre todas as coisas. Em seguida, ocorreu-me que um monte de pessoas vão ser, ou já foram, chocadas pela forma como elas estavam errados sobre suas visões de vida, do universo, e de, bem, tudo.

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E, entre todas as coisas, devemos incluir ideais sobre religião. Continuar lendo

Atravessar a Distância

Nesta semana seguida à Conferência Geral, publicaremos artigos explorando alguns seletos discursos proferidos no fim de semana que passou. Em consideração hoje, o discurso do Apóstolo Dale G. Renlund.

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Fiquei impressionado na sessão da Conferência na manhã do Sábado pela citação oferecida pelo Élder Renlund: “Quanto maior a distância entre o doador e o beneficiário, mais o beneficiário desenvolve um senso de direito”. O que me causou pausa, uma vez que concordo com a declaração, é uma simples questão: O que vamos fazer sobre essa distância?

Esta parece ser uma questão crucial. O Élder Renlund salienta que esta é a razão pela qual o sistema de bem-estar da Igreja é projetado para que aqueles em necessidade procurem ajuda da família em primeiro lugar, e depois de seus líderes locais – i.e., de sua ala ou ramo. Mas não me parece que isso resolva o suficiente a distância entre doadores e beneficiários; eu vejo uma enorme distância dentro das alas e ramos, e às vezes até mesmo dentro das famílias. Demasiadas vezes doadores e beneficiários simplesmente têm pontos de vista e até culturas completamente diferentes. Continuar lendo

A mudança de língua na missão brasileira, 1939

Depois da abertura da Missão Sul-Americana em 1925 pelo apóstolo Melvin J. Ballard, o primeiro presidente da missão chamado foi um converso alemão, Reinhold Stoof, que serviu de 1928 até 1935. Stoof acreditava que ele havia sido chamado especificamente para alcançar os imigrantes que falavam alemão na América do Sul, a maioria dos quais vivam na Argentina e no Brasil. Na Argentina, Stoof descobriu que a população alemã estava muita dispersa, tornando a obra missionária em alemão ineficaz; já no Brasil, Stoof encontrou cidades alemãs, colônias de imigrantes que criaram comunidades inteiras que falavam alemão em suas vidas diárias. Por isso, os missionários enviados ao Brasil desde o início da obra missionária no país falavam alemão.

Igreja mórmon. Mormonismo no Brasil. Mórmons. Santa Catarina. Alemão.

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A discussão sobre a Conferência Geral ao Vivo na Vozes Mórmons

ConferenceCenterwithPeopleinit.Como fizemos na conferência passada, a Vozes Mórmons vai facilitar a discussão sobre cada sessão da Conferência Geral ao vivo. Nós, os escritores da VM, vamos escrever um resumo de cada sessão da conferência ao vivo. Durante a sessão, vamos atualizar um artigo sobre aquela sessão com citações e detalhes da sessão, detalhes interessantes ou notáveis em que nossos leitores possam querer comentar. Assim, durante a sessão, vocês podem fazer comentários enquanto ouçam os discursos.

Ouviu algo que você acha merece ênfase? Comente! Acha que algo dito vai provocar reações dos anti-mórmons? Comente! Será que o discurso não é relevante para a vida no Brasil? Comente! Não gosta do cor da gravata do orador? Comente!

Vamos começar logo no início de cada sessão. Esperamos sua participação!

 

 

Hugh B. Brown: Sobre a liberdade de pensamento

huge_b_brownA Conferência Geral da Igreja que começa amanhã é útil para os mórmons em várias maneiras. Os discursos fazem a base de lições durante as seis meses seguintes em que membros debatem o significado desses discursos. E nós selecionamos citações que sintetizam a forma como vemos o evangelho a partir desses discursos.

Embora vejo problemas com o uso de citações, eu quero lançar uma nova série de artigos aqui na Vozes Mórmons—citações que acho importantes e uteis, segundo o meu entender.

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J. Golden Kimball: Café no Chocolate Quente

JGoldenKimballA palavra de sabedoria é hoje algo altamente importante para os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Age como um sinal de nossa fidelidade. Se alguém bebe ou fuma ou toma café, já sabemos que ou não é mórmon ou não é fiel.

Mas não foi sempre assim. Nos anos depois da introdução do mandamento, era considerado como um conselho; não era mandatório. Até muitas autoridades gerais da Igreja no tempo de Joseph Smith e de Brigham Young não guardaram a palavra de sabedoria.

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