Maçonaria e Mórmons, Lojas e Templos, Morgan e Smith

Sobre o livro que revelaria segredos maçônicos, mas acabou revelando segredos mórmons.

Em 1827, David Cade Miller publicou um livro escrito por Willian Morgan que profundamente impactou o mormonismo para sempre e que documentou uma das grandes influências na formação mórmon para toda posteridade.

William Morgan nasceu no estado da Virginia, em 1774. Através de uma série de revézes da vida, Morgan acabou mudando-se em 1821 para Batavia, no estado de Nova Iorque, a menos de 100 km de Palmyra, junto com sua esposa então de 18 anos, Lucinda Pendleton Morgan.

William Morgan

William Morgan, cujo desaparecimento e suposto assassinato desencadeou um fervor anti-maçônico no século 19, e cuja viúva se tornou uma das primeiras esposas polígamas do Profeta Joseph Smith

Por causa de conflitos pessoais mal documentados, Morgan anunciou no começo de 1826 que havia escrito, e estava prestes a publicar, um livro expositório sobre os rituais maçônicos iniciais, incluindo os sinais, as palavras-chaves, e os apertos-de-mão secretos da fraternidade (famosamente) secreta da maçonaria.

No dia 11 de Setembro de 1826, Morgan foi preso por dívidas em haver, embora discuta-se até hoje se a prisão havia sido legal e/ou justificada. No dia seguinte, um amigo foi até onde estava preso em Canandaigua (a meros 20 km de Joseph Smith em Palmyra) pagar sua fiança, e tomando uma carruagem, viajaram até o Forte Niagara, a 100 km ao norte de Batavia, onde o rio Niagara desemboca no Lago Ontário, chegando lá no próximo dia. Depois disso, não se tem nenhuma outra notícia confiável sobre o paradeiro de Wiliam Morgan. [1][2][3]

Rápidamente, boatos espalharam-se por todo o estado, e depois para todo o país, que Morgan havia sido sequestrado e assassinado pelos maçons por causa de seu livro ainda não publicado. Alguns meses depois de seu desaparecimento, David Miller publicou o livro de Morgan com o título ‘Ilustrações da Maçonaria por Membro da Fraternidade que Dedicou Trinto Anos Ao Assunto’. [4][5]

A publicação do livro, explorando a maçonaria com um tom conspiratório e secretivo, aliado aos rumores de que Morgan havia sido assassinado por maçons justamente para proteger os segredos maçônicos, rapidamente espalhou notoriedade e infâmia para a Fraternidade, tanto por Nova Iorque, como por todos os EUA. Editoriais em jornais e livros denunciavam a Ordem, e leis e/ou projetos-de-lei anti-maçônicas proliferaram. O livro em si tornou-se um bestseller! E, ainda neste furor, criou-se um movimento formal anti-maçônico, influenciando a política americana pelas próximas décadas, inclusive levando até a formação oficial de um partido político anti-maçônico que conseguiu alguns sucessos nas eleições presidenciais de 1828 e 1832. [6][7][8]

Joseph Smith iniciou sua carreira religiosa nesse contexto.

Smith encerrou sua carreira de vidente e caçador de tesouros justamente em 1826, e iniciou o projeto do Livro de Mórmon em 1827. Publicado em 1830, ainda no meio do fervor regional e nacional contra a maçonaria, o Livro de Mórmon apresentou temas anti-maçônicos tão fortes e evidentes que era fora descrito por leitores independentes como a “Bíblia Anti-Maçônica”. [9]

Smith tanto internalizou esse sentimento de repulsa à tradição maçônica que, apesar de seu pai e seus irmãos mais velhos todos pertencerem à Ordem de Maçons, Smith jamais cogitara juntar-se à ela. Inclusive, dado a proximidade geográfica e a restrições demográficas da Fraternidade, é muito provável que os próprios Smiths conhecessem Morgan, ao menos por reputação. [10]

Não obstante, mais de uma década se passaria até que o legado de Morgan cruzasse eternamente com o de Smith.

Em 1830, a viúva de William Morgan, Lucinda, casou-se com um ourives de Batavia, George Harris, e ambos se converteram ao Mormonismo logo após. Após alguns anos, os Harris mudaram-se para a colônia mórmon no Missouri e em 1838, enquanto Joseph Smith fugia de credores em Ohio, acolheram Smith em seu lar. Neste ano, Lucinda Pendleton Morgan Harris tornou-se a segunda esposa plural de Joseph Smith (para a qual ainda há documentação que o comprove, e enquanto ainda se mantinha casada com George Harris tanto legalmente, quanto de corpo presente), vindo a ser inclusive a primeira mulher a velar o seu corpo após o assassinato de 1844, antes mesmo de sua única esposa legal, Emma Hale Smith. [11]

Mas Morgan e Smith não compartilharam apenas da mesma esposa.

Em 1841, Hyrum Smith conseguiu convencer seu irmão Joseph a se tornar um maçom, e ele foi iniciado em março de 1842. Em seguida, em menos de 2 meses, em maio de 1842, Smith estabeleceu as ordenanças do templo que ele chamou coletivamente de “investidura”. Essa “investidura” incluía sinais, rituais, roupas, e apertos-de-mão idênticos — ou quase idênticos — aos que Smith aprendera na maçonaria e as semelhanças eram tão marcantes e óbvias que os próprios iniciados (de ambos rituais) notaram-nas imediatamente. [12][13] O Apóstolo Heber C Kimball escreveu para o Apóstolo Parley P Pratt sobre sua investidura, explicando as enormes semelhanças que ele encontrou entre o ritual maçônico e as investiduras mórmons:[14]

“O irmão Joseph sente-se tão bem quanto eu o jamais vi. Um motivo para isso é que ele juntou um grupo pequeno com o qual ele se sente seguro, e com o qual ele se sente à vontade para abrir o seu coração e ainda sentir-se seguro. Eu quisera que você pudesse estar aqui conosco para que pudesse sentir e ouvir por si mesmo. Nós temos recebido umas coisas preciosas através do Profeta sobre o sacerdócio que faria a sua alma se regozijar. Eu não lhe posso escrever no papel pois elas não devem ser escritas. Então você precisa voltar e recebê-las pessoalmente. Nós organizamos uma Loja aqui de maçons, pois recebemos uma dispensação. Isso foi em março. Desde então já quase 200 foram induzidos como maçons. O irmão Joseph e o irmão Sidney foram os primeiros a serem recebidos na Loja. Todos os Doze se tornaram membros, exceto Orson Pratt, ele ainda hesita. Logo ele acordará. Há uma semelhança entre o sacerdócio e a maçonaria. O irmão Joseph diz que a maçonaria foi tirada do sacerdócio mas se tornou degenerada, mas muitas coisas ainda estão perfeitas.”

Neste quesito, William Morgan figura importantemente, não como originador das ordenanças templárias mórmons, pois Smith as recebeu de seus novos irmãos nas lojas de Illinois, 16 anos após a suposta morte de Morgan, mas como documentador desta influência. Nenhum SUD que tenha recebido suas ordenanças templárias, especialmente antes das mudanças instituídas em 1990, poderia ler as descrições de William Morgan (veja as ilustrações abaixo) sem reconhece-las dentro dos próprios Templos SUD.

Primeiro Aperto de Mão

Primeiro Aperto de Mão

P: O que é isto?
R: Um aperto de mão.
P: Qual aperto de mão?
R: O aperto de mão de um Aprendiz Maçom.
P: Tem um nome?
R: Tem sim.
P: Queres da-lo a mim?
Segundo Aperto de Mão

Segundo Aperto de Mão

Quarto Aperto de Mão, Aperto de Mão do Mestre, ou Sinal Seguro da Pata de Leão.

Quarto Aperto de Mão, Aperto de Mão do Mestre, ou Sinal Seguro da Pata de Leão.

Primeiro Sinal e sua Penalidade

Primeiro Sinal e sua Penalidade

Segundo Sinal

Segundo Sinal

Segunda Penalidade

Segunda Penalidade

Terceiro Sinal e sua Penalidade

Terceiro Sinal e sua Penalidade

Quarto Sinal

Quarto Sinal

Naturalmente, há muito mais na teologia e mitologia SUD que se pode rastrear da maçonaria do que apenas as ordenanças do Templo. E certamente há muito nestas ordenanças que são originais a Smith. O que impressiona, contudo, é a clareza com que Morgan documenta a extensão da forte influência maçônica sobre os rituais mais sagrados para o mormonismo de maneira clara e inequívoca. Este, talvez, seja o seu maior e mais longevo legado intelectual. [15][16][17]


NOTAS
[1] Ver link
[2] Ver link
[3] Ver link
[4] Ver link
[5] Ver link
[6] Ver link
[7] Ver link
[8] Homer, Michael. Similarity of Priesthood in Masonry: The Relationship Between Freemasonry and Mormonism, em ‘Dialogue: A Journal of Mormon Thought’. Vol 27, No 3, 1994.
[9] Bushman, Richard. Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism. 1988. University of Illinois Press, pp. 119-125.
[10] Bushman, Richard. Joseph Smith: Rough Stone Rolling. 2005. Alfred A. Knopf, pp. 4494-451.
[11] Compton, Todd. In Sacred Loneliness: The Plural Wives of Joseph Smith. 1997. Signature Books, pp. 43-53.
[12] Journal of Discourses 11:327-28; 18:303
[13] Johnson, Benjamin. My Life’s Review. 1947. Zion’s Printing and Publishing Co., p. 96.
[14] Kimball, Heber Chase, em carta para Pratt, Parley Parker. 17 Jun 1842. Arquivos SUD.
[15] Ver link
[16] Ver link
[17] Mórmons consideram seus rituais templários secretos sagrados e por isso não podem ser divulgados em público. Em respeito a esta sensibilidade, abstém-se aqui de publicar fotos comparativas dos sinais, apertos-de-mão, e penalidades (abolidas com as mudanças de 1990) do ritual templário mórmon, mesmo que eles sejam fartamente disponíveis tanto em formato de vídeo como em formato de texto pela internet. Maçons também cuidam de seus rituais com sigilo, mas aqui trata-se de um documento histórico e não dos rituais e sinais atuais e utilizados presentemente. Por respeito a esta sensibilidade, tampouco se publica fotos comparativas com rituais atualizados ou presentes nas correntes e escolas mais comuns no Brasil.

86 comentários sobre “Maçonaria e Mórmons, Lojas e Templos, Morgan e Smith

  1. Você acredita que além da boa influência que parentes e amigos de alta confiança e igualmente maçons (Hyrum Smith e Joseph Smith Sr.) tiveram sobre Joseph, a “nova esposa” (Lucinda Pendleton Morgan Harris) dele também teria contribuído neste positivo incentivo?

    • David, essa é uma pergunta interessante, mas muito difícil de se responder.

      A documentação sobre o relacionamento entre Joseph e Lucinda é muito tênue. Sabemos apenas que eles foram casados, que ela era uma mulher linda, que Smith arrumou para que ela (e seu outro marido, George Harris) morassem na mesma quadra que os Smith, que ele passou noite(s) com ela, e que ela correu para velar o corpo de Smith, sendo talvez a esposa de Smith mais chocada e abalada com sua morte além de Emma.

      Contudo, com que frequência Smith via Lucinda, é muito difícil saber. Não há sinais óbvios de que Emma suspeitasse dela, visto que ela nunca fora vítima da ira de Emma como outras foram. Ademais, é provável que Lucinda enxergasse Maçons com desconfiança, ou mesmo desdém, visto que estes haviam (supostamente) matado seu primeiro marido e que, na pobreza da viuvez e com duas crianças pequenas, os anti-Maçons haviam oferecido ajuda financeira, e não os Maçons.

      De qualquer modo, não há nenhuma documentação sobre as opiniões de Lucinda sobre o assunto da Maçonaria.

      • Entendi… Mas parece que ela não nutria qualquer sentimento anti-maçônico como você especulou, pois passados 04 anos desta possível “união” com Joseph, ele foi iniciado maçom (1842), o que se estivessem mesmo juntos, ele não poderia sem o consentimento dela!

        Ademais, diferente da corrente que esboçou em seu artigo, estou inclinado a (por hora) seguir a linha de pensamento do Historiador Hugh Nibley, a despeito de saber que você não o credita positivamente (rsrs):
        “Teria Joseph Smith reinventado o templo, reunindo novamente todos os fragmentos — judeus, ortodoxos, MAÇONS, gnósticos, hindus, egípcios, etc.? Não, não foi assim que aconteceu. Pouquíssimos fragmentos estavam disponíveis em sua época, e o trabalho de reuni-los, como vimos, só começou na segunda metade do século XIX. Mesmo que estivessem disponíveis, aqueles míseros fragmentos não poderiam ser reunidos para formar um todo. Até hoje, os estudiosos que os coletam não sabem o que fazer com eles. Não é o templo que deriva deles, mas sim, o contrário. (…) O fato de que algo de tamanha plenitude, coerência, engenhosidade e perfeição tenha sido trazido à luz num único local e momento — da noite para o dia, por assim dizer — é uma prova muito adequada de uma dispensação especial.” (“What Is a Temple”, The Collected Works of Hugh Nibley: Volume 4 — Mormonism and Early Christianity, ed. Todd M. Compton e Stephen D. Ricks, 1987, pp. 366–367, 383.)

    • Não faz diferença pois o Senhor preparou meios para inspirar o profet antes da fundação do mundo,a biblía para a rwstauração da igreja,a maçonaria pra restauração dad ordenanças de exaltação,pois o Senhor usa de meios e pequenos meios confunde os sábios e efetuam a salvação dos homens.

      • A verdade é que Joseph foi um homem bem a frente de seu tempo, não por conta das condições humildes que cresceu e viveu, mas por conta de seu chamado profético, que otimizou suas faculdades e lhe deu discernimento aguçado para reconhecer a verdade (ou parte dela) onde quer que se manifestasse, e prontamente abraça-la; pois toda a verdade, faz parte do evangelho, seja onde for que seja encontrada!

  2. Marcello, no artigo você escreveu que “o Livro de Mórmon apresentou temas anti-maçônicos tão fortes e evidentes que era assim descrito por leitores independentes…” mas numa palestra dada neste ano na 3ª Conferência anual de estudos mórmons, o palestrante Luciano Lucas, em sua palestra sobre a relação entre o mormonismo e a maçonaria expôs: “Houve na época de 1830, reivindicações públicas de que Joseph Smith Jr., tinha usado alguns trabalhos maçônicos para produzir o Livro do Mórmon“, citando como exemplo: “O conceito LIBERDADE aparece no LM 160 vezes e o IGUALDADE 50 vezes. Isso sem contar os ensinamentos maçônicos ensinados em suas narrativas“, então o Livro de Mórmon não seria uma obra mais com conceitos maçônicos ao invés de anti-maçônicos?

    • Rodrigo, esta é uma excelente pergunta. É crucial, portanto, analisar a questão em seu contexto histórico, e analisar a obra em sua totalidade e não apenas em alguns aspectos seletos.

      1) Sem dúvida nenhuma, o Livro de Mórmon incorpora diversas temas Maçônicos, como você mesmo citou. Exemplos como os temas de “liberdade” e “igualdade” estão entre os mais óbvios. Não obstante, deve-se notar que estes temas Maçônicos encontram-se dentro de um tema maior — e mais importante — dentro do Livro de Mórmon: Republicanismo.

      Joseph Smith cresceu na fase ainda nascente da República Norteamericana. Histórias e ideias que pariram os Estados Unidos ainda permeavam com força o imaginário e a ideologia dos recém-libertados ex-cidadãos ingleses fugindo de uma Coroa Imperial! Ideias e ideais Maçônicos, através das filosofias Iluministas, influenciaram todo discurso Americano durante o seu período de formação, e conceitos como “liberdade”, “igualdade”, “democracia”, “representatividade”, “justiça”, etc., eram comuns na Constituição, nas leis, nos editoriais, nas panfletagens, e como você notou, no Livro de Mórmon.

      Todo o meio cultural de Joseph Smith era colorido e preenchido por tais conceitos Maçônicos — que sequer eram reconhecidos com tal, pois haviam passado pelos moinhos intelectuais do Iluminismo Francês, e ainda mais importantemente, pelos crivos quase religiosos dos “Pais Fundadores” da Constituição e da República Americana.

      Ironicamente, Smith publicou o Livro de Mórmon justamente num período de transição, e o discurso público — em parte manchado pelo debate sobre Escravidão, em parte influenciado pelo apetite imperialista e expancionista — passou a abandonar tais princípios nas décadas subsequentes, talvez obfuscando o marco cultural que estes primeiros 50 anos deixaram sobre o Livro de Mórmon.

      2) É importante avaliar o Livro de Mórmon como uma obra inteira, e não escolher passagens específicas.

      O Livro de Mórmon apresenta, por todo a sua extensão, sentimentos Republicanos (e.g., democracia representativa, milícias voluntarias, etc.) completamente anacrônicos e distócicos com as realidades políticas para os períodos alegados, tanto para o Velho Mundo como para o Novo Mundo. Porém, mais forte que isso, o Livro de Mórmon apresenta uma contra-posição anti-Republicana como aviso ou ameaça: Maçonaria (i.e., sociedades secretas) diretamente ameaçam a sobrevivência de Repúblicas! O tema permeia o livro em tons inicialmente sutis, apenas para explodir com força inequívoca e óbvia em seus movimentos conclusivos.

      3) Além de tudo, é fundamental entender o contexto histórico e cultural do Livro de Mórmon. Como entenderam o livro os leitores iniciais? Inicialmente, tanto Joseph Smith, como os novos conversos Mórmons, assim como os críticos anti-Mórmons, bem como os poucos leitores independentes deixaram impressões documentadas de que o livro era anti-Maçom. Com o tempo, interpretações evoluíram, mudaram, e até oscilaram, mas os contemporâneos imediatos — em especial, aqueles que estavam imersos ainda na controvérsia do livro e desaparecimento de William Morgan, acreditavam que o Livro de Mórmon se contrapunha a Maçonaria.

    • Rodrigo e Marcello,

      acredito que os conversos ao mormonismo e a própria família Smith eram influenciados por ambas as tendências daquele ambiente rico e conturbado da época: de um lado o fascínio pelos segredos da maçonaria, e por outro a rejeição ao seu elitismo e “combinações secretas”. Ou seja, não havia um consenso entre os fieis da nova religião a respeito da maçonaria. Mas havia opiniões conflitantes. Joseph estava rodeado de maçons e anti-maçons.

      Na época em que Lucinda Morgan tornou-se uma heroína (e, aparentemente, musa) do movimento antimaçônico ela estava sob o mesmo ideal de um dos futuros apóstolos da Igreja sud. Em 04 de julho de 1827, num evento antimaçônico, Convention of Seceding Masons, Lucinda encontra um editor antimaçônico de Canandaigua, William W. Phelps. Phelps quase sete anos depois reencontraria Lucinda desta vez como membro da Igreja.

      Mesmo no período de Nauvoo, com a organização de uma loja maçônica e sua conexão com a Ordem Sagrada ou Quórum dos Ungidos, a posição de Joseph Smith sobre a maçonaria não é preto-no-branco: “[Joseph Smith] me disse que a Franco-Maçonaria, no presente, era as investiduras apóstatas, assim como a religião sectária era a religião apóstata.” (Benjamin F. Johnson, My Life’s Review, p. 96.)

      • Bem colocado, Antônio.

        A impressão que eu tenho é que Smith nunca abraçou a Maçonaria muito além das aparências, e que ele a via mais como uma ferramenta política do que qualquer outra coisa. De qualquer modo, muitos Maçons contemporâneos (e muitos hoje em dia) enxergavam Smith como um mentiroso e traidor, que fez juramentos que não cumpriu e que “deturpou” rituais que lhe foram consagrados. Inclusive, não são poucos os historiadores que adicionam essa traição Maçônica como uma (das muitas) ofensas de Smith que incitou as conspirações homicidas contra ele.

        O que seria irônico, posto que as últimas palavras de Smith teriam sido um Apelo Maçônico por ajuda e/ou clemência. (ver Morgan, William. Exposition and Illustration of Freemasonry, p. 84.)

      • Marcello,

        é impossível negar o apelo da proteção política representada na filiação de Joseph Smith à maçonaria, mas a utilização do simbolismo e ritualística maçônica para os rituais do templo mostram que ia muito além de uma mera ferramenta política. Aliás, Joseph comprometeu seu vínculo maçônico e o próprio respeito da instituição por ele com as mudanças/inovações que ele via como uma restauração e os maçons como uma deturpação. Mesmo que a proteção política tenha sido o fator principal que o atraiu para a maçonaria, foram os rituais que acabaram por falar mais alto e que no final fizeram as duas instituições partirem caminhos.

    • Qualquer princípio de verdade e inteligente pertence a Elohin,não importa se o Papa,Gangi,Buda ou qualquer outro disse escreveu ou pensou ,e nós usaremos quantas.vezes for necessário pois vem direto de Deus.

      • Medo? Todos temos medo do desconhecido, do que ainda ignoramos, isso é compreensível…. mas não deve ser mais assim no tocante a fraternidade maçônica e o fato de inúmeros SUDs terem se filiado a ela, sem desafios de incompatibilidade!

        A tolerância religiosa é a mola mestra do mormonismo, pelo-menos na teoria… Precisamos, como Brigham Young ensinou repetidas vezes, reconhecer os princípios de verdade iluminados não só no mormonismo, mas em muitas organizações, instituições e religiões, em toda parte e em todas as épocas…

        A maçonaria não é religião, daí, a convivência fraterna de irmãos de diversos segmentos, todos respeitando as crenças e opiniões um dos outros.

      • Eu tenho medo disso: Qualquer princípio de verdade e inteligente PERTENCE A ELOHIM, não importa se o Papa, Gangi, Buda ou qualquer outro disse escreveu ou pensou, e nós usaremos quantas vezes for necessário pois vem direto de Deus.

      • rsrsrs Paciência Marcello… hahaha
        Foi quase igual a Gandhi… rsrs Nosso amigo acertou ao menos na fonética! rs

        A propósito, Mahatma Gandhi é um grande sábio!!!

        Respondendo sua réplica “Ímpio”, com certeza TODA a verdade pertence a Deus, mas como bem sabemos, é insensato imaginar que Ele se daria ao trabalho de revelar-se pessoalmente a toda humanidade como um todo, sempre que quiser revelar algo… não é assim que Ele trabalha… Ele usa seus instrumentos pra revelar aos homens em toda parte, um pouco aqui um pouco ali, e ao mesmo tempo, ajudá-los a crescer testando-lhes a fé e humildade. Ele se revela através de seus anjos, sejam imortais, com corpos ressurretos ou ainda em espírito, ou mesmo transladados… Mas também através de seres mortais, como os Pais, Cônjuges, Filhos, outras crianças, amigos e/ou líderes de outras religiões, líderes estatais, etc… todos os Seus filhos que naquele momento estejam preparados para ser o meio pra instruir, orientar, consolar, advertir ou treinar alguém!

      • Olá, David.
        “é insensato imaginar que Ele se daria ao trabalho de revelar-se pessoalmente a toda humanidade como um todo,”
        R-Por que insensato? Se assim o fizesse, não haveria tanta discordância em se tratando de religiões.
        “não é assim que Ele trabalha”
        R-Isso de acordo com sua doutrina, então, é apenas uma opinião de fé e não um fato. Ele trabalha como Ele sabe ser o melhor, que para nós, pode ser estranho.
        “Ele usa seus instrumentos pra revelar aos homens em toda parte, um pouco aqui um pouco ali, e ao mesmo tempo, ajudá-los a crescer testando-lhes a fé e humildade.”
        R-Seus instrumentos referem-se a pessoas? Pode ser, para conhecer o universo, conhece-te a ti mesmo.
        “Ele se revela através de seus anjos, sejam imortais, com corpos ressurretos ou ainda em espírito, ou mesmo transladados…”
        R-Questão doutrinária apenas e não verdade comprovada.
        ” Mas também através de seres mortais, como os Pais, Cônjuges, Filhos, outras crianças, amigos e/ou líderes de outras religiões, líderes estatais, etc… todos os Seus filhos que naquele momento estejam preparados para ser o meio pra instruir, orientar, consolar, advertir ou treinar alguém!”
        R-Líderes de outras religiões que pregam doutrinas diferentes vindas do mesmo Deus? Ah, já sei, essas outras religiões foram desviadas da verdade – que os SUD possuem – e hoje elas apresentam meias verdades, ceeeerto. Deus se revelou as outras culturas, sejam elas politeístas, animistas, zoomórficas ou até abstratas como as orientais, mas elas confundiram tudo, por suas iniquidades, não foi? Se não tivesse acontecido isso, todos seríam cristãos e de preferência SUD. Ceeeerto.

      • Gangi é uma comuna italiana da região da Sicília, província de Palermo, com cerca de 7.602 habitantes. Estende-se por uma área de 127 km², tendo uma densidade populacional de 60 hab/km². Faz fronteira com Alimena, Blufi, Bompietro, Calascibetta (EN), Enna (EN), Geraci Siculo, Nicosia (EN), Petralia Soprana, Sperlinga (EN). kkkkkkkkkkkkkkkkk !

      • o sr. ímpio , ao teclar o nome de Gandhi, ouve falhas no computador…mas mesmo assim nós entendemos que ele se referiu ao famoso Mahatma Gandhi…que foi um grande sábio filósofo.. nada mal.. tá certo .. e´comum isso acontecer as trocas de posiçao das letras ou falhar..

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